terça-feira, 1 de setembro de 2009

ROMEU


NOME: ROMEU Antonio Soares Almeida
DATA DE NASCIMENTO: 08/10/1974
IDADE: 34 anos
NATURALIDADE: Stª.Maria da Feira - Portugal
POSIÇÃO: Avançado



CARREIRA JOGADOR:
1993-1996 - Infesta
1996-1997 - FC Felgueiras
1997-1998 - Maritimo
1998-1999 - Maritimo e Leça
1999-2001 - FC Porto
2001-2005 - V.Guimarães
2005-2007 - Belenenses

TITULOS:
1999/2000 - Supertaça de Portugal e Taça de Portugal
2000/2001 - Taça de Portugal

O percurso futebolístico de Romeu António Soares Almeida, nascido em Santa Maria da Feira em 8 de Outubro de 1974, iniciou-se no clube da terra o CD Feirense. Antes de ingressar no FC Porto, clube onde terminou a formação, teve ainda uma passagem, ainda jovem, pelos suíços do Neuchatel Xamax.
No seu último ano no escalão de juniores, na época de 1992/93, foi campeão nacional ao serviço do FC Porto. Embora não sendo um titular indiscutível, Romeu era frequentemente utilizado na fortíssima equipa portista.

Subindo ao escalão sénior rumou, juntamente com vários jogadores jovens do FC Porto, ao FC Infesta, treinado pelo tradicional Augusto Mata. Na equipa de S. Mamede de Infesta permaneceu durante 3 épocas consecutivas, entre 1993/94 ao final da temporada de 1995/96, cumprindo durante esse período um processo de maturação e desenvolvimento das suas potencialidades.
Durante as 3 temporadas que representou o FC Infesta, o clube militou sempre a 2ª Divisão Nacional “B”, Zona Norte, sendo Romeu praticamente sempre um titular. Se na primeira época, colectivamente, os resultados do FC Infesta não foram de relevo, já nas temporadas de 1994/95 e 1995/96 a equipa repetiu dois segundos lugares, atrás, em cada uma das épocas, do Varzim SC e Moreirense FC, respectivamente, clubes que subiriam à 2ª Divisão de Honra.

Em 1996/97, Romeu subiu mais um patamar na sua carreira de futebolista. Ingressou na formação do FC Felgueiras, a militar na 2ª Divisão de Honra e treinada por Augusto Inácio, o técnico mais importante da carreira profissional de Romeu, responsável, por exemplo, pela estreia do jogador no primeiro escalão do futebol português.
As boas prestações de Romeu no decurso da época de 1996/97 ao serviço do FC Felgueiras – que ficou às portas da subida com um sensacional 4º lugar na tabela - abriram-lhe as portas da 1ª Divisão Nacional. Ingressou no CS Marítimo na temporada de 1997/98 com 22 anos de idade.

Lançado por Augusto Inácio, treinador do CS Marítimo na época de 1997/98, a estreia de Romeu na 1ª Divisão Nacional aconteceu no dia 24 de Agosto de 1997, no Estádio dos Barreiros, num encontro da 1ª jornada da competição entre o CS Marítimo e CF Estrela da Amadora, em que os madeirenses venceram por 2-1.
Ao longo da temporada de 1997/98, Romeu realizou 23 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, apontando 4 golos na competição em que a formação do CS Marítimo, com uma ponta final verdadeiramente arrebatadora, conseguiu um apuramento para as competições europeias, fruto do 5º lugar alcançado na tabela classificativa.
Particularmente, Romeu realizou mesmo uma época sensacional ao serviço do CS Marítimo. Revelou ser um avançado de qualidade e um jovem promissor no futebol português.

Ligado contratualmente ao FC Porto, Romeu foi então cedido no início da época de 1998/99 ao Leça FC, treinado por Joaquim Teixeira. Era um dos grandes reforços da equipa leceira que procurava regressar à 1ª Divisão Nacional.
Em Leça realizou 8 jogos e apontou 3 golos durante o Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Honra da temporada de 1998/99. Contudo, as qualidades de Romeu exigiam o escalão superior e, como tal, em Dezembro de 1998, o FC Porto cedeu novamente o jovem Romeu ao CS Marítimo para o resto da época de 1998/99.
Romeu marcou 4 golos nos 17 jogos realizados ao serviço do CS Marítimo no Campeonato Nacional da 1ª Divisão. O clube madeirense realizou uma temporada mediana, não passando do 10º lugar da classificação, onde o técnico inicial Augusto Inácio foi substituído por Nelo Vingada.

Com 24 anos de idade, chegara a altura de Romeu regressar ao FC Porto e tentar a sua sorte na equipa portista. Todavia, na equipa portista moravam grandes valores do futebol, sobretudo o brasileiro Jardel, concorrente de Romeu na frente de ataque portista.
Passou duas temporadas na equipa principal do FC Porto. Regressou ao clube na temporada de 1999/00 com o técnico Fernando Santos, numa altura em que o FC Porto tinha acabado de conquistar o penta campeonato.
Na primeira época nas Antas, Romeu apenas participou em 8 jogos do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, sem apontar qualquer golo, numa competição vencida pelo Sporting CP, depois de 18 anos de jejum.
Iniciou a época de 1999/00 conquistando a Supertaça Cândido de Oliveira vencendo o SC Beira Mar por 2-1, num encontro onde Romeu foi suplente utilizado. O FC Porto venceu também a Taça de Portugal desta temporada, numa finalíssima em que derrotou o Sporting CP.
Na época seguinte, ainda sob o comando técnico de Fernando Santos, o FC Porto venceu novamente a Taça de Portugal, desta feita, derrotando o CS Marítimo por 2-0 a final do Jamor.

No Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 2000/01, os portistas voltaram a perder a conquista do título, agora cedendo perante a equipa do Boavista FC, que se sagrou campeão nacional pela primeira vez na história. Os números oficiais indicam que Romeu alinhou nesta competição em 7 partidas, sem ter apontado qualquer golo.
No início da temporada de 2001/02 preparava-se em Guimarães uma profunda alteração na composição do plantel do Vitoria SC sob o comando técnico da Augusto Inácio. Romeu era um alvo predilecto do Vitoria SC na lista dos potenciais reforços.

Concretizou-se a transferência e o avançado Romeu assinou contrato com os vimaranenses, reforçando o plantel do Vitoria SC como a principal aquisição para a época de 2001/02.
No Vitoria SC, Romeu actuou em todas as posições do sector atacante. Se na primeira época de Afonso Henriques ao peito jogava essencialmente sobre as alas, já nas três temporadas seguintes, Romeu actuava como avançado centro, a sua posição predilecta, sagrando-se mesmo o melhor marcador da equipa na época de 2002/03 com 10 golos apontados.

Romeu era um jogador muito forte fisicamente, agressivo, rápido e com uma capacidade técnica bastante para um avançado. Era também um jogador muito inteligente, que bem sabia usar seus melhores predicados em benefício do seu futebol.
A sua potência, a força física, era características importantes na disputa dos lances de ataque e na forma como protegia a bola e servia os colegas de equipa para lances de golo. Efectuava, vulgarmente, tabelinhas ofensivas perfeitas, que proporcionavam lances de finalização para golo.

A sua habilidade individual e a agilidade nos movimentos permitiam-lhe ainda colocar-se variam vezes em posição de remate. Tanto de cabeça, como com qualquer um dos pés, Romeu era um bom finalizador, concretizando, com mestria, alguns golos de belo efeito.
Foram vários os golos apontados por Romeu com a camisola do Vitoria SC. Muitos deles foram tentos de belo efeito. Mas há um golo que se destaca de entre os demais, talvez o golo mais bonito da sua carreira e um dos golos mais belos do futebol português.
De resto, na época, aquele golo foi imensamente destacado nos média. As imagens daquele golo apontado por Romeu ao Boavista FC, no Estádio D. Afonso Henriques, numa partida a contar para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 2001/02, correram mundo e mereceu destaque nos mais propalados programas desportivos. Romeu, numa excelente movimentação, acorreu a um cruzamento do brasileiro do Vitoria SC Ceara para a grande área, rematando, num gesto magistral de calcanhar, e batendo o guardião boavisteiro Ricardo.

Alem das qualidades técnico tácticas, Romeu era um profissional exemplar, com uma postura admirável. Digamos que foi um jogador mordido pela mística do Vitoria SC, dos associados vitorianos e dos vimaranenses. A garra, a vontade, o querer a abnegação que demonstrava em cada jogo, em cada lance, em cada comportamento, fazia dele um jogador admirável.
Em 2003, contagiando pela paixão vitoriana tornou-se mesmo associado do Vitoria SC. Como o próprio com orgulho afirmava, rendeu-se de alma e coração à mística do clube vimaranense.
A temporada de 2001/02, que acabou por ser categorizada como mediana para o Vitoria SC, que foi somente o 9º colocado na tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, teve em Romeu como um dos melhores jogadores vitorianos, contabilizando a sua participação na competição em 30 jogos e a obtenção de 4 golos.

Em 2002/03, época em que o Vitoria SC actuou em Felgueiras em virtude das obras de reconstrução do Estádio D. Afonso Henriques com vista ao Euro 2004, a equipa vimaranense classificou-se na 4ª posição da tabela geral do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
Augusto Inácio decidiu inovar o esquema táctico da Vitoria SC para a nova época, desenhando um estilo de jogo assente numa versão estratégica do 3X5X2. Romeu beneficiou notoriamente daquele estilo de jogo e realizou seguramente a melhor temporada da sua carreira.

O Vitoria SC realizou uma excelente temporada, protagonizando brilhantes espectáculos futebolísticos naquele estilo de jogo bem delineado. Romeu tornou-se no goleador da equipa do Vitoria e a qualidade das suas exibições levou-o à Selecção Nacional de Portugal.
Romeu nunca tinha sido internacional português, nem mesmo nos escalões mais jovens. Chegou a Selecção Nacional, um dos momentos mais altos da sua carreira futebolística, orgulhosamente, como jogador do Vitoria SC. Na altura em que foi convocado era o líder da lista dos melhores marcadores do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 2002/03.

Na preparação do jogos amigáveis da Selecção Nacional de Portugal contra a Tunísia e contra a Suécia, o seleccionador nacional Agostinho Oliveira, convocou o avançado do Vitoria SC Romeu para substituir o lesionado Nuno Gomes.
A primeira internacionalização de Romeu efectivou-se no dia 12 de Outubro de 2002, no Estádio do Restelo, no encontro entre as selecções de Portugal e da Tunísia, que terminou igualado a 1-1. Romeu foi lançado na partida aos 67 minutos para substituir o médio luso Costinha.
Poucos dias depois, em 16 de Outubro de 2002, o vitoriano Romeu cumpriu a sua segunda internacionalização A, no Estádio Ullevi na Suécia. Naquele país Portugal venceu a selecção sueca por 2-3, num excelente jogo de futebol.
Neste encontro, que marcou a despedida de Romeu do seleccionado português, o avançado do Vitoria SC foi autor de um dos golos portugueses. Foi naturalmente um dos momentos mais altos da carreira futebolística de Romeu.
Depois da Selecção Nacional da Suécia estar a vencer por 2-0, Portugal empreendeu uma verdadeira reviravolta no marcador. Romeu, foi titular na equipa das quinas e substituído aos 79 minutos por Pauleta, apontou o golo do empate a 2-2 aos 53 minutos. Aos 83 minutos, o médio Rui Costa, marcou o golo que selou a vitória de Portugal por 2-3.

No Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 2002/03, o vitoriano Romeu realizou 29 jogos e marcou 10 golos. Foi o melhor marcador do Vitoria SC e um dos elementos fundamentais na fantástica temporada realizada pela equipa da cidade berço.
A época seguinte foi verdadeiramente trágica para o Vitoria SC. O clube viveu dias desesperantes com o espectro da iminente descida de divisão e uma convulsão social que terminou com a demissão do Presidente da Direcção, o histórico Pimenta Machado, e a realização de eleições antecipadas para os órgãos sociais.
O excelente plantel do Vitoria SC da época de 2002/03, liderado por Augusto Inácio, transitou maioritariamente para a nova época de 2003/04. Perdeu um jogador fundamental na manobra da equipa, o médio Pedro Mendes, mas recebeu reforços sonantes como Ednilson, Flávio Meireles, João Tomas e Bruno Alves. Com o regresso ao Estádio D. Afonso Henriques a expectativa de uma grande temporada era enorme.

A verdade é que desde cedo os resultados obtidos foram muito maus. A equipa não rendia o que dela se esperava, é um facto, mas as más arbitragens consecutivas, com prejuízo objectivo e notório nos resultados, agudizaram ainda mais a situação do Vitoria SC.
A equipa de futebol profissional e o próprio clube entraram em verdadeira agitação. Augusto Inácio, o treinador do Vitoria SC, foi o primeiro sacrificado, acabando substituído por Jorge Jesus. Contudo, pese embora uma ligeira melhoria, o Vitoria SC não deixava os lugares na cauda da tabela classificativa.

Apenas na ultima jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão e depois uma feliz combinação de resultados é que o Vitoria SC conseguiu garantir, in extremis, a manutenção no principal escalão do futebol português, com um 14º lugar na tabela classificativa final.
Nesta temporada de 2003/04, o avançado Romeu actuou em 26 jogos, marcando somente 2 golos ao longo da principal competição nacional, um registo bem aquém daquilo que havia conseguido na época anterior.

A época de 2004/05 começou com mudanças nos órgãos sociais do clube, destacando-se a entrada de Vítor Magalhães na presidência da Direcção. Para comandar a equipa de futebol profissional o Vitoria SC escolheu Manuel Machado, antigo técnico na formação.
Depois de um inicio de campeonato algo titubeante - alternando os bons com os maus resultados - a equipa do Vitoria SC foi sucessivamente melhorando as suas prestações acabando por realizar um prova de bom nível, atingindo, a final, um 5º lugar e o acesso as competições internacionais de clubes.
Romeu realizou 23 jogos pelos Vitoria SC e marcou 5 golos ao longo da 1ª Liga da temporada de 2004/05. Não era titular indiscutível, mas revelou-se fundamental em variadíssimos jogos. Acima de tudo, o espírito de conquistador que encarnava, a garra que demonstrava, exercia evidente influência junto do balneário.
Por isso mesmo foi surpreendente e lastimável a sua saída do clube no final da época de 2004/05, tal como aconteceu com outros jogadores carismáticos do Vitoria SC. Celebres ficaram as lágrimas sinceras vertidas por Romeu no final do jogo decisivo entre o Vitoria SC e o Boavista FC, o ultimo realizado pelo jogador na cidade de Guimarães com a camisola preta e branca.

Esse foi mais um jogo memorável na história do Vitoria SC ao qual Romeu fica umbilicalmente ligado. Se vimaranenses vencessem o Boavista FC qualificavam-se para a Taça Uefa. Neste jogo decisivo, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, com 26.000 pessoas nas bancadas, o Vitoria SC venceu por 2-0, cabendo a Romeu abrir o caminho do triunfo com a marcação do primeiro golo.

No final da temporada de 2004/05, não sendo convidado a renovar contrato com o Vitoria SC, Romeu deixou Guimarães e ingressou na equipa do CF Belenenses. Na formação da cruz de Cristo jogou durante duas temporadas e terminou a carreira de futebolista profissional.
Na primeira época, de 2005/06, jogou em 21 partidas pelo CF Belenenses e apontou 2 golos. Um deles, curiosamente, em Guimarães, frente ao Vitoria SC. Também aqui Romeu demonstrou as suas qualidades como homem e o seu respeito pelo clube e massa associativa.

Marcou o golo, aproveitando uma falha clamorosa do guardião vitoriano Nilson, mas não festejou, nem sequer esboçou um sorriso de felicidade. Cumpriu a sua obrigação de profissional, mas respeitou aqueles que tanto o idolatraram.
O CF Belenenses da época de 2005/06, a muito custo, conseguiu manter-se na 1ª Liga, terminando a prova na 15ª posição. Já na época seguinte de 2006/07, com Jorge Jesus ao leme, a equipa do Restelo realizou uma excelente temporada que terminou na 5ª posição da tabela classificativa da 1ª Liga.

A última época de Romeu no futebol profissional foi verdadeiramente aziaga. As lesões impediram consecutivamente o atleta de dar o contributo à equipa. Estava assim dado o mote para o final da carreira com 32 anos de idade.

Encerrada a carreira de futebolista, Romeu Almeida foi integrado na estrutura técnica do CF Belenenses, desempenhando funções de observador e de treinador, como adjunto de Rui Jorge na equipa de juniores “A” e como técnico principal da equipa “B” do mesmo escalão.

Especial agradecimento a Alberto de Castro Abreu in gloriasdopassado.blogspot.com

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